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Wille Muriel - Diretor Executivo da Carta Consulta


Na gestão de instituições de ensino superior, muitas vezes não somos tão proativos quanto imaginamos. Por exemplo, preparar-se para receber uma comissão de avaliação in loco não significa ser proativo em relação às questões de avaliação externa. Isso é apenas ser educado, organizado e colaborativo com os avaliadores, ou seja, o básico. 


Eu acreditava que isso era ser proativo, mas hoje, no Programa de Mentoria, percebemos o grande abismo entre ser proativo e pensar que somos proativos, e como isso afeta várias áreas da gestão universitária (não apenas na avaliação). Identificamos também alguns caminhos para superar a falta de proatividade, como a utilização de processos e novas tecnologias para construir pontes entre esses abismos. Essas pontes representam uma mudança na cultura institucional.


O problema era que eu não sabia que não sabia (esse era o meu problema). Resolvido então... vamos começar o trabalho.


Venha para a Mentoria.


Wille Muriel - Diretor Executivo da Carta Consulta


A eficiência é frequentemente vista como um pilar essencial para o sucesso de uma organização, e isso não é diferente nas instituições educacionais. É comum observar gestores de Instituições de Ensino Superior (IES) comprometidos com ganhos de eficiência.


No entanto, quando essa busca por eficiência se torna obsessiva, surge a ideia de que a inovação não faz parte da estratégia, o que pode ser perigoso para a sobrevivência das instituições de ensino superior em um contexto onde a inovação é essencial para criar novos caminhos.


A ênfase na otimização de processos, redução de custos e maximização da produtividade é necessária, mas não pode prevalecer o tempo todo, pois pode sufocar a criatividade e limitar a capacidade da organização de experimentar e explorar novas ideias.


Quando a eficiência domina a cultura organizacional, a tolerância ao risco tende a diminuir. Os profissionais se tornam mais relutantes em tentar novas abordagens, preferindo seguir práticas comprovadas que garantam resultados previsíveis. Isso pode levar a um ambiente onde a inovação é vista como uma distração ou um luxo, em vez de uma necessidade estratégica. Esse é um problema comum nas IES brasileiras.


Além disso, o foco excessivo na eficiência pode resultar em uma alocação rígida de recursos. Recursos financeiros e humanos são direcionados quase exclusivamente para atividades que aumentem a eficiência imediata, deixando pouco espaço para iniciativas experimentais ou projetos de pesquisa e desenvolvimento. Isso pode impedir a organização de identificar e aproveitar oportunidades emergentes que, embora incertas, poderiam gerar valor significativo no longo prazo.


A inovação, por sua natureza, requer uma certa dose de liberdade e flexibilidade. Ela prospera em ambientes onde há espaço para a experimentação, o fracasso e a repetição. Quando a eficiência é priorizada a qualquer custo e durante todo o tempo, as pessoas podem se sentir pressionadas a cumprir metas de curto prazo e KPIs específicos, em detrimento de pensar de maneira criativa e buscar soluções para a transformação dos processos, por exemplo... com inovações incrementais.


Na gestão de instituições de ensino superior, é crucial encontrar um equilíbrio entre eficiência e inovação. Essas organizações precisam reconhecer que, embora a eficiência traga benefícios claros, a inovação é o que impulsiona o crescimento sustentável e a adaptação em um mundo em constante mudança. Portanto, cultivar uma cultura que valorize tanto a eficiência quanto a inovação, criando espaços para a experimentação e celebrando os aprendizados advindos dos fracassos, é uma boa estratégia para alcançar melhores resultados. É importante também que a equipe reconheça que haverá um momento para a colheita. Não é errado equilibrar momentos de inovação real com ganhos futuros em alta escala.

Wille Muriel - Diretor Executivo da Carta Consulta


Ao refletirmos sobre essa afirmação, somos levados a considerar a essência do que significa realmente valorizar a educação e o impacto que ela tem na vida das pessoas.


A verdadeira luta está em assegurar que o tempo que as pessoas se dedicam à educação seja significativo, enriquecedor e transformador, tanto para alunos quanto para professores e gestores das IES.


O tempo é um recurso finito e precioso. Cada hora, cada minuto investido em aprendizado deve ser valorizado, pois é uma parte irrecuperável da vida de uma pessoa. Quando lutamos pelo tempo das pessoas, estamos lutando para que esse tempo seja usado da melhor forma possível, proporcionando experiências de aprendizado que realmente importam, que toquem o coração e a mente, e que preparem os indivíduos não apenas para o mercado de trabalho, mas para a vida como um todo.


Essa reflexão também nos leva a considerar a qualidade da transformação. Não basta ter acesso à educação; é crucial que essa educação seja de alta qualidade. Devemos lutar por propostas que sejam relevantes e engajadoras e por ambientes de aprendizagem que sejam acolhedores e desafiadores.


Esta frase nos lembra que, no centro de todo o sistema educacional, estão as pessoas – com suas histórias, sonhos, desafios e potencialidades. Lutar pelo tempo das pessoas é reconhecer e respeitar suas trajetórias individuais, adaptando práticas de aprendizagem para atender às suas necessidades e interesses, algo que faça sentido para elas.


Ao internalizarmos essa mensagem, podemos transformar a maneira como enxergamos a educação. Podemos nos mover em direção a um sistema que priorize o bem-estar e o crescimento integral dos alunos, reconhecendo que o tempo deles é valioso demais para ser desperdiçado. Ao fazermos isso, estaremos não apenas melhorando a educação, mas também contribuindo para uma sociedade mais justa, equitativa e iluminada.


A propósito, obrigado pelo seu tempo!

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